segunda-feira, 21 de março de 2011

Morte de Lucas Terra completa dez anos

"eu não vou descansar enquanto  não ver todos os assassinos do meu filho atrás das grades" - declaração de Carlos Terra o pai de Lucas Terra.

Hoje completa 10 anos de um crime bárbaro: o assassinato do adolescente Lucas Terra, que foi abusado sexualmente e queimado vivo. Dois dos acusados de cometer o crime estão em liberdade.
O ex-pastor Silvio Galiza, único preso desde que aconteceu o assassinato, cumpre pena em regime semi-aberto. O pai de Lucas e o promotor que acompanha o caso querem que os outros dois acusados sejam levados a júri popular.
Lucas Terra tinha 14 anos. O jovem evangélico foi morto em 21 de março de 2001. O crime brutal chocou o país. De acordo com a Promotoria de Justiça, o adolescente foi abusado sexualmente, colocado numa caixa de madeira e queimado vivo num terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.
O autor do crime é o ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Silvio Roberto Galiza, que foi condenado a 18 anos de prisão. Em 2006, reviravolta no caso: Silvio Galiza, que cumpria pena em regime fechado, acusou outros  representantes da Igreja Universal de envolvimento na morte do adolescente.
Segundo ele, Lucas Terra flagrou o bispo Fernando Aparecido da Silva e o pastor Joel Miranda fazendo sexo depois de um culto. Por esse motivo, os dois teriam matado o jovem. A Justiça determinou a prisão dos acusados, mas Fernando Aparecido e Joel Miranda ainda não sentaram no banco dos réus.
'A prova toda ditada por Silvio Roberto Galiza foi toda comprovada no processo. Hoje, eles continuam, até a última notícia que eu soube, que estavam exercendo as funções de pastores em bairros de Salvador. O que é pior de tudo isso: o Joel era foragido e mesmo foragido, o Supremo Tribunal ainda concedeu liminar revogando a prisão dele', afirma David Gallo, promotor de Justiça.
De acordo com a Promotoria, Silvio Galiza ficou preso durante seis anos. Hoje, cumpre pena em regime semi-aberto na Colônia Penal Lafayete Coutinho, em Salvador.
Os pais de Lucas Terra, Carlos e Marion, acompanham o andamento do processo desde que ele foi aberto. Um livro chegou a ser lançando, contando a história do caso.
Dez anos após a morte do filho caçula, o pai de Lucas Terra ainda tem esperança de ver todos os culpados atrás das grades. 'Me parece que foi ontem. Que o Lucas estava em casa, que a gente abraçava, sorria com ele. A luta é muito grande e eu digo para esses assassinos, ainda que demore mais dez anos, eu vou continuar lutando. E eu não vou descansar enquanto eu não ver todos os assassinos do meu filho atrás das grades', diz Carlos Terra.
'Todos os três praticaram o crime em total desrespeito à vida humana. E o pior: praticado contra um adolescente, uma pessoa que estava na flor da idade, uma pessoa que quando morreu estava imbuída de sentimentos nobres. Trabalhava e vivia única e exclusivamente para a religião. Ele tinha como parâmetro Deus. E justamente aquelas pessoas a quem cabia orientá-lo, foram justamente essas pessoas que mataram', completa o promotor.
O Tribunal de Justiça informou que o ex- pastor Silvio Galiza foi transferido no fim do ano passado para o Conjunto Penal de Lauro de Freitas. Segundo o Tribunal, ele cumpre pena em regime semi-aberto porque já ficou preso um terço do tempo determinado em juízo. Mas só pode sair do presídio com a autorização da Justiça e do Ministério Público.