Primeiramente venho a afirmar que foi com grande honra e respeito, que os alunos da FASETE (Faculdade Sete de Setembro), em Paulo Afonso-BA, vieram a receber a Sra. Marion Terra, na noite de 04 de março de 2013. Uma grande e valorosa guerreira que juntamente com seu marido Carlos Terra vem lutando incansavelmente para se aplicar justiça e se punir os assassinos brutais e bestiais de seu filho Lucas Terra.
Lucas Terra era um adolescente de 14 anos de idade e era fiel da Igreja Universal no bairro da Santa Cruz, em Salvador-Ba. Em suma, um garoto evangelizador e bem atuante.
Pedófilos assassinos
Lucas Terra foi amordaçado, espancado, violentado e também foi queimado vivo, segundo a Polícia Científica da Bahia. O assassino “Pastor” Sílvio Galiza da Igreja Universal após ser condenado a 18 anos de prisão, denunciou seus superiores. Disse que Lucas Terra ao entrar no “Gabinete Pastoral”, flagrou o “Bispo” Fernando e o “Pastor” Joel fazendo sexo no sofá. Com receio que Lucas Terra comentasse, resolveram assassiná-lo.
Um crime brutal e hediondo
O “Pastor” condenado deu detalhes do crime, em que o garoto foi violentado e espancado, ficando as paredes do “Gabinete Pastoral” da igreja no bairro da pituba em Salvador, manchadas de sangue, onde ainda com vida foi amarrado e amordaçado dentro de um caixote de madeira e levado para um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama, onde foi queimado ainda vivo e o corpo sendo encontrado no dia 23 de março de 2001.
Juridicidade rastejante
Após o desaparecimento do garoto, sua família veio a empreender uma luta no sentido de se esclarecer as coisas. Um corpo queimado foi achado. Várias dificuldades para a realização do exame de DNA para identificação e o enterro. Primeiramente, o “Pastor” Sílvio Galiza foi apontado como principal suspeito, pois o garoto ligou de um telefone público, às 22:00 horas do dia 21 de março de 2001, afirmando que estava com o “Pastor” Galiza na igreja no rio vermelho, onde ele havia chamado para um propósito de oração. Foi a última vez que ouviu a voz do garoto. Algumas testemunhas afirmaram que o “Pastor” havia interrompido a conversa do garoto com sua namorada: “Vamos Lucas, acompanhe-me”. A partir deste dia o pai do garoto começou uma luta incansável, cobrando providências por parte das autoridades policiais e também, procurando autoridades religiosas da instituição, onde por várias vezes foi humilhado. Foi na Assembléia Legislativa (Comissão dos Direitos Humanos) e demorou 42 dias para sepultar, por motivo do Governo do Estado não ter exame de DNA de carbonizados para oferecer a população. Ouviu várias inverdades absurdas por parte dos autores dos crimes bárbaros, além da arrogância sacerdotal, onde os amigos de Lucas Terra foram expulsos da igreja, que protegeu os assassinos dando total apoio e proteção, além de ótimos Advogados. Por varias vezes receberam telefonemas ameaçadores. Realizaram vigília na Justiça e no Ministério Público. Uma demora injustificada para decretar a prisão preventiva do assassino. Até para a ONU (Organização das Nações Unidas) levaram o caso. Denúncia a nível nacional.
Protesto na Capital Federal, em São Paulo, em Salvador e até no cemitério, entre vários outros locais. Até hoje, o Sr. Carlos Terra (pai de Lucas Terra) e sua esposa (Sra. Marion Terra) lutam e se movimentam para que se aplique a justiça neste crime bárbaro e hediondo.
Impunidade
O “Pastor” assassino foi condenado a 18 anos no segundo e último julgamento em 02 de dezembro de 2005, onde ficou em cela especial sem possuir diploma de curso superior, onde também, a comida de boa qualidade vinha de fora. Quentinha ele não comia. Recebia visitas de pastores e até de deputado. Teve até um caso amoroso com outro detento. A igreja continuou depositando mensalmente R$1.500,00 na conta de sua mãe. Antes, já tinha fornecido ótimos Advogados, testemunhas e até aplausos para o réu. Tudo isto, para ele ficar caladinho.
O Juiz da Vara de Execuções Penais determinou que o “Pastor” condenado perdera o privilégio de cela especial e, em 24 horas seria transferido para uma cela com vários presos. O condenado entrou em pânico, por que já haviam preparado uma calcinha feminina, um sutiã, um vestido decotado, esmalte para unhas, maquilagem e um lindo par de sapatos com salto alto cor de rosa. Além, de virar “esposa” inevitavelmente seria morto pelos colegas. Então, resolveu fazer um acordo, abrindo o jogo e contando toda a verdade do acontecido, denunciando seus superiores, o “Bispo” Fernando e o “Pastor” Joel.
Atualmente, o “Pastor” Sílvio Galiza está cumprindo a pena de reclusão no regime semi-aberto, saindo de dia e somente dormindo a noite na prisão. Em breve passará para o regime aberto. Teve a pena reduzida para 15 anos. O “Bispo” Fernando e o “Pastor” Joel ainda não foram julgados. Contam com ótimos Advogados e apoio e proteção por parte da instituição religiosa a que pertencem. Uma vergonha e um absurdo.
A luta continua
Venho aqui a homenagear a Senhora Marion Terra, que na noite de 04 de março de 2013, esteve na FASETE (Faculdade Sete de Setembro), na cidade de Paulo Afonso-Ba, relatando e expondo toda a sua luta no sentido de se aplicar a justiça. A impunidade não pode continuar prevalecendo diante dos olhos de toda a sociedade.
Fonte: http://minutosertao.com.br/noticia/2013/03/07/o-caso-lucas-terra